26 Julho 2021
Diversos / BLOG

Quarenta anos a exercer a actividade imobiliária dão-nos a sensibilidade do que são as tendências do mercado a cada época.

 

Quando em Fevereiro e Março de 2020 devido à pandemia do Covid 19 muitos vaticinavam um desastre para o sector imobiliário, publiquei um artigo em que exprimi a minha opinião sobre o que poderia vir a acontecer ao mercado imobiliário depois de terminar o confinamento das pessoas.

Mesmo confinados os profissionais imobiliários, os que hoje já utilizam as novas tecnologias, adaptaram-se rapidamente às circunstâncias e passaram a manter o contacto com os seus clientes via internet, angariando e promovendo as vendas e arrendamentos com resultados muito positivos. As escrituras continuaram a fazer-se, as visitas virtuais também, os contractos assinados através da net com a assinatura digital, com a mesma validade dos assinados presenciais, e o mercado funcionou e vai continuar a funcionar em contacto presencial com todos, mantendo as regras de distanciamento exigidas pela Organização Mundial de Saúde.

Os que já estão vacinados estão mais protegidos mas devem cumprir as regras como se não estivessem.

 

Nunca houve tanta informação a circular, e os que se posicionaram na charneira tiveram mais vantagens que os que à espera dos acontecimentos. Temos de contar que este vírus vai estar sempre junto de nós, eventualmente por muitos anos, não podemos cruzar os braços, temos de à luta e aproveitar o bom momento que vive o setor. Candeia que vai à frente ilumina duas vezes.

Enquanto uns dormiam ou se lamentavam os outros que estavam ativos ganharam terreno e muitas das empresas até saíram reforçadas, porque não abandonaram os seus clientes e satisfazer as suas necessidades foi o foco apesar da pandemia.

Estamos num mercado cada vez mais concorrencial.

CASAS FIGUEIRA DA FOZ

Se queremos ser os primeiros, seja em que profissão seja, teremos sempre de correr mais que o nosso concorrente para mais rapidamente prestar aos nossos clientes o serviço que Ele deseja e pensar sempre, que se o meu concorrente consegue, mérito dele, eu também posso conseguir, desde que trabalhe com honestidade, ética e responsabilidade ou seja de forma profissional.

Como referi naquele artigo, que está publicado no Facebook da minha empresa, esta não é uma crise do imobiliário, como a de 2006 a 2014 em que havia excesso de imóveis, crise bancária e poucos compradores, esta é uma crise epidémica transversal que apanhou de surpresa todos os sectores, a uns mais que outros e o sector imobiliário felizmente não foi o mais atingido.

Tinha a perceção que os governos mundiais, iriam injetar recursos financeiros nas suas economias, como fizeram com o plano “Marchal” nos anos 40, para poderem mantê-las num nível similar aos anteriores da pandemia, caso contrário, todas as economias mundiais sofreriam e não aproveita a nenhuma. E tal como pensava isso está a acontecer.

Haverá sectores que poderão levar mais tempo a reagir por dependerem de agentes externos, sempre afirmei que não é o nosso caso.

O Mercado Imobiliário está em Portugal em mais de 70%, o que é muito confortável .

O que veio inflacionar os preços foram os compradores que a coberto da aquisição dum passaporte europeu, valor mínimo 500 mil euros, compraram casas a preços muito acima do seu valor real  e para se chegar a esta conclusão basta comparar os valores das avaliações bancárias e os valores praticados no mercado e constatar o enorme desfasamento entre um e outro.

Temo que com as restrições, que em boa hora foram feitas para as vendas a estrangeiros nas grandes cidades vá dar o mesmo efeito no interior onde agora podem comprar e inflacionar também aí os preços, tornando impossível ao comprador médio português aquisição de habitação também nessas zonas que antes lhes eram mais acessíveis.

Por fim reitero que quem quer vender, vai vender, quem quer comprar vai comprar e quem quer arrendar vai arrendar. Afinal o meu vaticínio estava correto. Há vida para além da pandemia e as pessoas vão continuar a viver em casas.

 

CEO de Futurama
Eduardo Evangelista Luís
(CEO de Futurama)