A taxa no crédito à habitação continuou a descer em julho, naquele que é o 11º primeiro mês consecutivo de descidas. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no sétimo mês do ano, o juro implícito continuou abaixo dos 1%, situando-se em 0,8%.
“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 0,800% em julho (0,811% no mês anterior). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 0,693% em junho para 0,674% em julho”, refere o INE.
Para o destino de financiamento de aquisição de habitação — o mais relevante no conjunto do crédito à habitação –, a taxa de juro implícita para o total dos contratos recuou para 0,816%, menos 1,2 pontos base face a junho. Na taxa para os contratos celebrados nos últimos três meses, a tendência foi a mesma: diminuiu para 0,67%.
Evolução dos juros implícitos
Já no que diz respeito ao capital médio em dívida, em julho observou-se uma subida de 328 para 56.790 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi de 116.815 euros, mais 1.950 euros do que em junho.
Por outro lado, a prestação média aumentou um euro para 235 euros e, deste montante, 38 euros correspondem a pagamento de juros e 197 euros a capital amortizado. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação desceu sete euros para 285 euros”, remata o INE.
Sendo ainda escassa a informação económica do sector do turismo, que embora a recuperar ainda está longe do patamar pré-crise CONVID 19, os indicadores parecem apontar para a manutenção de algum dinamismo da actividade, o que também alavanca o sector.
A Figueira da Foz, sendo um concelho fortemente turístico, terá muito a ganhar, porque os juros baixos podem aliciar os compradores a adquirirem apartamentos ou moradias, para colocarem no alojamento local, principalmente em Buarcos, Quiaios, Gala/Cabedelo ou Costa de Lavos, por serem locais mais procurados dada a proximidade do mar e a procura do sol e mar ser uma constante.
O alívio por parte do governo com as medidas preventivas da pandemia, também vieram reforçar a confiança dos investidores, fazendo-os acreditar que o mau tempo já lá vai e motivá-los a aplicar o seu dinheiro sem o receio de retrocesso no que à pandemia diz respeito.
O turismo interno foi uma tendência neste último trimestre. Os Portugueses ao usufruírem mais das ofertas nacionais farão também com que muitos deles optem por adquirir casa de férias ou de fins-de-semana. O confinamento criou nas famílias o desejo de espaços mais amplos e isolados e hoje a procura em locais que não eram opção, passaram a ter maior procura e maior valor comercial.
A baixa dos juros bancários pode também aliciar os jovens que hoje ao terem dificuldade em encontrar imóveis no mercado no arrendamento, optem pela compra da sua habitação com uma prestação muitas vezes mais acessível do que se optassem pelo arrendamento clássico.
O investidor poderá também ver no imobiliário uma boa opção para o arrendamento. Ao pedir um empréstimo ao banco, este será pago com as rendas e daqui a uns anos, o imóvel estará livre de custos, porque os valores das rendas, acrescido ao inevitável aumento da propriedade em poucos anos, o imóvel estará pago.
Numa altura em que a economia se quer revigorar, depois da saída de uma grande economia, todas estas medidas são bem-vindas.
Não podem ser únicas, mas somadas a outras acreditamos que o mau tempo já lá vai.